Por que o Brasil vai bem de Trem

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A ferrovia é a opção logística mais segura, confiável, competitiva e de baixo impacto ambiental que o país pode escolher para promover seu desenvolvimento econômico.
Um país com a grandeza do Brasil deve escolher as ferrovias. Sabe o porquê?

Por que o Brasil vai bem de Trem
01.
Competitividade

Ferrovias são imprescindíveis para a competitividade do país

02.
SEGURANÇA

Ferrovias são seguras e eficientes

03.
Ambiental

Ferrovias tem baixo impacto ambiental

04.
Emprego

Ferrovias geram emprego, investem no futuro e são importantes contribuintes de impostos

01. COMPETITIVIDADE
Ferrovias são imprescindíveis para a estratégia de competitividade da produção nacional.

Em um país de dimensões continentais, as ferrovias são vitais para o escoamento da produção do interior do país para os portos, e dali para o mundo.
As atuais ferrovias brasileiras têm competitividade quando comparadas com seus pares internacionais. O gráfico abaixo mostra a comparação internacional do frete ferroviário por TKU (Ref 1), incluindo serviços acessórios, em centavos de dólar americano (US$).

Custo total do frete ferroviário 2023 – US$ cents / TKU (Ref 2)

Essa competitividade da ferrovia brasileira a coloca como primeira opção para escoamento das mercadorias em longas distâncias: atualmente, cerca de 60% da carga movimentada nos portos chegou através de ferrovias (Ref 3).
Com isso, ao cruzarmos com dados da balança comercial de bens do Brasil, vemos que 25% de seu valor é viabilizado através das ferrovias (Ref 4).
São fatos que demonstram o quanto as ferrovias estão a serviço do Brasil que produz.

TKU é a unidade de demanda de transporte do setor ferroviário. Por exemplo, 1.000 TKUs significa o deslocamento por 1.000 km de 1 tonelada de mercadoria; ou de 1.000 toneladas de produto por apenas 1 km.

Elaboração própria a partir de dados de terceiros, corrigidos para a mesma data-base, conforme segue:

Brasil: média ponderada pela distância do Relatório de Tarifas e Preços 2023, da ANTT
(https://www.gov.br/antt/pt-br/assuntos/ferrovias/relatorio-de-tarifas-e-precos);

Argentina: Ministerio de Economia Argentina
(https://www.magyp.gob.ar/sitio/areas/ss_mercados_agropecuarios/infraestructura/_archivos/000060_Ferrocarriles/000001_Tarifario/000005_Tarifa%20Ferrocarril%20de%20Carga%202023.php)

Austrália: estimada pela tarifa média da Aurizon
(https://www.aurizon.com.au/investors/documents-and-webcasts/2023#Full%20Year%20Results)

Rússia, China, Índia, Canadá, EUA, Espanha, Itália, França, Alemanha e Japão: Railway Association of Canada (RAC)
(https://www.railcan.ca/wp-content/uploads/2023/02/International-Comparison-of-Railway-Freight-Rates-2.pdf)

Elaboração própria a partir de dados de movimentação dos portos da Antaq e do sistema SAFF, da ANTT, com as cargas ferroviária com destino aos portos. Essas informações podem ser encontradas mensalmente no Boletim ANTF.

Esse valor foi calculado multiplicando-se o percentual da balança comercial brasileira de bens – fonte https://atlas.cid.harvard.edu/countries/32/export-complexity – pelo percentual da carga que chega aos portos por ferrovias, que pode ser encontrado mensalmente no Boletim ANTF.

02. SEGURANÇA
Ferrovias são seguras e eficientes

Em 2023, o setor de transporte ferroviário de carga registrou cerca de 700 acidentes no Brasil. Para efeitos comparativos, o modo de transporte rodoviário registrou 17.649 acidentes envolvendo pelo menos um caminhão.
Para fins de comparação relativa com a carga movimentada, na tabela abaixo constata-se que o transporte de carga por ferrovia é 8x mais segura que rodovia na ocorrência de acidentes (14,7/1,8). Em óbitos, os índices da ferrovia são 7x mais seguros (2,2/0,3).

E a comparação com dados internacionais demonstra que as ferrovias brasileiras têm nível de segurança encontrado em países desenvolvidos, conforme mostra a figura ao lado, para a comparação do Índice de Acidentes Ferroviários – IAF com os Estados Unidos.

Em 2023, o IAF médio das ferrovias brasileiras foi de 10,46 em 2023, o que representa uma queda de 86,14% em relação ao primeiro ano de concessão (1997) da infraestrutura ao setor privado. (Ref. 5)

Benchmarking internacional (acidentes / milhão trem.km)

Além de executar o transporte das mercadorias de forma segura, as ferrovias também o fazem de forma extremamente eficiente: em 2023, na média foram necessários 3,33 litros de diesel para transportar 1 tonelada de carga por mil quilômetros (TKU). Para fins comparativos, estima-se o consumo médio do caminhão entre 21 L /1000 TKU a 44 L /1000 TKU. Assim, o transporte de carga por ferrovia é 6X mais eficiente do que aquele por rodovia.

Esse padrão de eficiência das ferrovias brasileiras é superior ao encontrado em ferrovias nos Estados Unidos, que hoje é cerca de 4,7 L / 1.000 TKU. (Ref. 6)

Benchmarking internacional (litros / mil TKU)

– IAF representa o nº de acidentes por milhão de trem x km (distância percorrida)
– Os dados das ferrovias americanas foram extraídos de: https://safetydata.fra.dot.gov/OfficeofSafety/publicsite/Query/TenYearAccidentIncidentOverview.aspx
– Os dados das ferrovias brasileiras foram extraídos do sistema SAFF, da ANTT, e também disponibilizados com histórico completo no Painel ANTF.
– As ferrovias Class I se referem aos principais corredores troncais da malha.

– O consumo de diesel pelas ferrovias é calculado pela ANTF a partir de dados de consumo de diesel, em litros, e da produção total de transporte (em TKU) das ferrovias, ambos extraídos do sistema SAFF, da ANTT.

– O dado de 21 L/1.000TKU do consumo de caminhões foi extraído do Observatório Nacional de Transporte e Logística, da INFRA SA (https://ontl.infrasa.gov.br/aplicacoes/simulador-de-gases-de-efeito-estufa-gee/).

– O dado de 44 L/1.000TKU foi calculado através de dados da Pesquisa CNT Rodovias 2023 (https://pesquisarodovias.cnt.org.br/), que indica o consumo de óleo diesel para transporte rodoviário em 45 bilhões de litros. Esse valor foi dividido pela estimativa de produção de transporte do modo rodoviário, considerando o estudo da Fundação Dom Cabral, intitulado PILT FDC (https://pilt.fdc.org.br/trabalhos/ ), de março/2024, em que se estimou uma produção de transporte rodoviário em 2022 de 1.015 bilhões de TKU.

– Conforme dados da Association of American Railroads – AAR , em 2022, as grandes ferrovias americanas (Class I) registraram um consumo de 4,70 litros de diesel por 1.000 TKU.

03. AMBIENTAL
Ferrovias tem baixo impacto ambiental

Essa elevada eficiência energética coloca a ferrovia brasileira como importante parte da solução da agenda climática. A transição ecológica também envolve uma transição de matriz de transporte. E sua capacidade de alinhar desenvolvimento econômico e competitividade, ao mesmo tempo que permite menores emissões de gases de efeito estufa, coloca a ferrovia como peça fundamental nesse cenário.

As ferrovias são responsáveis pelo transporte de cerca 20% da carga no Brasil, mas suas emissões representam apenas 2,63% do total do setor do país.

Isso ocorre pelo fato de as ferrovias de carga emitirem 8,35 gCO2/TKU, enquanto o modal rodoviário, responsável por quase 65% do transporte, emite 52,77 gCO2/TKU. Em outras palavras, migrar o transporte de cargas para a ferrovia representa a redução de 85% em suas emissões.

Para ajudar a visualizar essa eficiência das ferrovias: para cada 1% de aumento da participação das ferrovias na matriz de transporte, evita-se a emissão de 2 milhões de toneladas de CO2, o que é equivalente ao replantio de uma área de floresta nativa do tamanho da Região Metropolitana de São Paulo, todos os anos. (Ref. 7)

Dados de emissão: Uma composição ferroviária com 120 vagões equivale a 360 caminhões das estradas.

Emissão de CO2 (gCO2/TKU)

– Os dados de emissão foram extraídos do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases – SEEG, observando o ano de 2022 (https://plataforma.seeg.eco.br/ ).

– Os dados da matriz de transporte, com 21,05% de participação ferroviário são oriundos do PNL 2035 (https://ontl.infrasa.gov.br/planejamento/plano-nacional-de-logistica/plano-nacional-de-logistica-2035/relatorios/).

– As emissões de CO2 por TKU foram obtidas no site do Observatório Nacional de Transporte e Logística – ONTL, com aplicação do consumo específico de 3.33 L/1.000TKU, calculado pela ANTF a partir de dados do SAFF. Para o rodoviário, foi utilizado o dado diretamente disponibilizado pelo ONTL – site: https://ontl.infrasa.gov.br/aplicacoes/simulador-de-gases-de-efeito-estufa-gee/.

– Para o cálculo da área reflorestrada, foram utilizadas a capacidade média de sequestro de 2,59 tC/ha/ano, extraída da seguinte fonte: https://www.cepea.esalq.usp.br/br/documentos/texto/levantamento-de-estimativas-de-absorcao-de-carbono-por-florestas-nativas-e-comerciais-no-brasil-aposter-apresentado-no-siicusp-de-2007.aspx.

04. EMPREGO
Ferrovias geram emprego, investem no futuro e são importantes contribuintes de impostos

Em 2023, as ferrovias foram responsáveis pelo emprego direto de cerca 45 mil empregados e pagaram cerca de R$ 9,7 bilhões em tributos aos cofres públicos.

Desde o início das concessões em 1997, foram investidos cerca de R$ 173,2 bilhões, em valores de dez/2023. Em 2023, as concessionárias do transporte ferroviário de carga investiram R$ 9,4 bilhões em suas malhas, além de R$ 1,1 bilhão em expansão da malha. Estima-se que esses investimentos geram cerca de 23 mil empregos indiretos.

Entre 2024 a 2026, estimam-se investimentos de R$ 45 bilhões. (Ref. 8)

– Os dados de emprego são da ANTF, fornecidos pelas suas associadas anualmente: em 2023, o setor ferroviário de cargas registrou 44.698 empregados, sendo 30.342 próprios e 14.356 terceirizados. Esse valor total representa um aumento de 230% em relação ao início das concessões (1997). A série histórica completa pode ser consultada no Painel ANTF.

– Os dados de tributos são da ANTF, fornecidos pelas suas associadas anualmente. Desde o início das concessões em 1997, foram pagos em tributos cerca de R$ 70 bilhões pelas concessionárias nas ferrovias brasileiras, o equivalente hoje a R$ 99 bilhões, atualizados com base no IPCA (dez/2023). A série histórica completa pode ser consultada no Painel ANTF.

– Dados de investimentos são da ANTF, fornecidos pelas suas associadas anualmente. A série histórica completa pode ser consultada no Painel ANTF.

– Dados de empregos indiretos estimados pela calculadora do ONTL https://ontl.infrasa.gov.br/aplicacoes/calculadora-de-empregos/.

É por todos esses benefícios para a sociedade é que a ANTF busca promover o crescimento dessa opção logística no Brasil, inserindo-a no debate público das políticas nacionais voltadas para competitividade internacional e transição ecológica.

Cronologia:

Século XVII – Vagões de madeira, circulando em trilhos de madeira, são utilizados em minas de carvão do norte da Inglaterra.

1776 – Trilhos de madeira são substituídos por trilhos de ferro, nas minas de carvão de Shropshire, Inglaterra.

1801 – Autorização do governo inglês para exploração da primeira ferrovia de carga: a Surrey Iron Railway.

1803 – Início da operação na Surrey Iron Railway, ligando Wandsworth a Croyden, Inglaterra, com tração animal.

Emprego da tração animal em ferrovias

1804 – Richard Trevithick testa o emprego de locomotiva a vapor para substituir a tração animal, sem sucesso, pois essa máquina mostrou-se incapaz de subir pequenas rampas por falta de peso para produzir aderência.

1807 – Início da operação da primeira ferrovia de passageiros: a Oystermouth Railway, na Inglaterra, com tração animal.

1812 – Emprego de locomotiva a vapor, com rodas e um dos trilhos dentados (semelhantemente a uma cremalheira), na Middleton Railway, Inglaterra, para superação dos problemas de aderência.

1825 – Abertura ao tráfego da Stockton e Darlington Railway, Inglaterra, onde foi empregada uma locomotiva a vapor com razoáveis condições de tração e aderência, projetada por George Stephenson.

Locomotiva a vapor de Stephenson

1828 – Promulgada, no Brasil, a Lei José Clemente, que autoriza a construção de estradas no País, por empresários nacionais ou estrangeiros.

1830 – A Liverpool e Withstable Railway, Inglaterra, substitui toda a tração animal por locomotivas a vapor.